quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Postes mudam para joão-de-barro ficar


Ao escolher o alto de postes de energia para construir suas casas, joões-de-barro se transformaram em um problema para a Cooperativa de Energia (Coprel), que abastece 72 municípios do norte do Estado do RS.

Para evitar cortes de luz, o desalojamento dos pássaros ou sua morte, 43 mil postes já foram adaptados ou substituídos a um custo unitário que varia de R$ 400 a R$ 4 mil.

Nêmora Pauletti Prestes, bióloga da Universidade de Passo Fundo (UPF), explica que, em oposição a outros pássaros, que constroem seus ninhos em arbustos e árvores, o joão-de-barro prefere locais altos e descampados. A solidez e a localização dos postes formam uma combinação ideal.

A casa é motivo de cobiça de outros pássaros, sobretudo pombas e pica-paus. A interferência deles na rede e o barro, segundo estudo da Coprel, são responsáveis por 22% dos casos de corte de energia.

– Quando chove, o barro atinge o fio e provoca curto-circuito – explica Rudilar Paulo Brunetto, que trabalha na manutenção da rede.

Para evitar o problema sem desalojar os pássaros, a cooperativa está trocando os isoladores, peças que protegem o fio. Eles estão sendo colocados em uma altura mais elevada, de forma que não sejam alcançados pelas casas dos joões-de-barro, o que afasta o risco de um curto-circuito. Em algumas situações, o poste também está sendo trocado.

– Em muitos casos, trocamos o poste e adaptamos com o novo isolador para deixar que o joão-de-barro faça a casa e para que o consumidor não seja prejudicado – diz Luís Fernando Volpato, orientador do Centro de Operação e Distribuição da Coprel. Click RBS.

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