quinta-feira, 25 de junho de 2009

Sushi sem atum?


Documentário denuncia pesca ilegal do atum e leva restaurantes de Londres a tirar pratos do cardápio.

Por Fernanda Nidecker

A exibição do documentário End of The line (O Fim da Linha), no início do mês, aqui na Grã-Bretanha, está dando o que falar no mundo gastronômico. É que desde que o filme, baseado no livro do jornalista Charles Clove, denunciou a pesca ilegal do atum azul, vários supermercados e restaurantes aqui de Londres começaram a retirar de seus cardápios e prateleiras pratos e produtos à base do peixe.

Para quem não sabe, e eu até bem pouco tempo também não fazia a menor ideia, o atum azul é o peixe que a maioria dos restaurantes japoneses serve em seus saborosos "barquinhos" de sushi e sashimi. O peixe também entra em receitas de outros tipos de culinária, na forma de atum grelhado, cozido e outros.

O filme destaca que a enorme popularidade do sushi em todo o mundo - o que há 25 anos era uma raridade fora do Japão - criou um lucrativo mercado do atum azul.

A pesca desenfreada e os métodos empregados estariam exterminando a espécie, cujos peixes podem nadar a velocidade de 64 km/h e atingir o tamanho de um carro pequeno. Mas hoje, segundo Charles Clove, pelo menos um terço do atum azul que vai parar nos pratos é pescado ainda na idade da desova.

Isso significa, segundo uma pesquisa recente feita pela ONG WWF, que a espécie pode desaparecer em apenas três anos.

As conclusões do documentário mobilizaram donos de restaurantes e supermercados londrinos, que se apressaram em tomar providências para garantir que seus fornecedores trabalhem apenas com o atum azul pescado legalmente.

Muitos estabelecimentos tomaram medidas mais drásticas, parando de vender produtos à base do peixe, como a famosa cadeia de fast-food Pret à Manger, que vende milhares de sanduíches de atum e pepino todos os dias.

Celebridades como Jemima Khan, Sting e Charlize Theron também se envolveram na polêmica e começaram a pressionar outros estabelecimentos, como o badalado restaurante japonês Nobu. Disseram que não podem mais jantar no local "com a consciência tranquila", sabendo que o peixe anda circulando pelas outras mesas.
Eu me pergunto se no Brasil, onde a onda do sushi já chegou há tantos anos, será que essa "moda" também pega?

BBC Brasil

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