segunda-feira, 12 de maio de 2008

Recuperação do Taim (RS) após incêndio surpreende especialistas


Vai ficando para trás a imagem de desolação causada pelo fogo extinto em 2 de fevereiro

Da terra arrasada há três meses e meio, despontam plantas que já atingem entre 47cm e 1m29cm de altura. Aos poucos, os animais começam a retornar.

Vai ficando para trás a imagem de desolação causada pelo incêndio que, entre 28 de janeiro e 2 de fevereiro, devastou 4.764 hectares da Estação Ecológica do Taim. A rápida regeneração surpreende especialistas.

Da área atingida, uma parcela de 60 metros é usada como laboratório para acompanhar a renovação do ecossistema. Ela é analisada pela administração da estação, com a ajuda do estudante de Ciências Biológicas da Universidade Católica de Pelotas Antônio Maria de Ávila Campelo.

A medição da altura das plantas nascidas no território é feita com a ajuda da metodologia científica "Blaun Blanquet". Com a altura em que se encontram, as dezenas de espécies da flora são consideradas em pleno processo de regeneração.

O mesmo não se pode dizer do solo, ainda pouco encharcado, por causa da estiagem e pela alta temperatura. Apesar da ausência da lâmina de água habitual, a quantidade de material orgânico acumulada - proveniente de cinzas de organismos queimados - associada aos fortes ventos da região, ajudam na recuperação.

Exemplares da fauna também começam a se reaproximar, apesar de não estarem se fixando de vez em seus hábitats originais. Embora altas, as plantas ainda não têm densidade suficiente para abrigá-los e alimentá-los.

Hoje, o que se vê na área queimada são os chamados animais oportunistas, que buscam o banhado para caçar ou se proteger. É o caso de cardeais, chupins, chimangos, andorinhas, anus-brancos e gaviões-caramujeiros, além de espécies de rãs, aranhas, insetos e moluscos.

As populações jovens de certas espécies de vertebrados foram as mais atingidas, pois não estavam preparadas para acompanhar os adultos em grandes deslocamentos. Os invertebrados foram quase todos afetados, como formigas, grilos, gafanhotos.

Mais otimista, o administrador da estação, Amauri de Sena Motta, estima que até o final do ano haja uma completa cicatrização da área queimada.

ZERO HORA

Nenhum comentário: