terça-feira, 22 de abril de 2008

Dia da Terra: advertência sobre efeitos do etanol


Para ativistas, uso de alimento como combustível pode agravar crise da alimentação

O uso de plantas comestíveis para a produção de combustível "causa danos ambientais e contribui para uma crescente crise global dos alimentos", advertiram hoje, no Dia da Terra, dois ambientalistas em artigo publicado no jornal americano The Washington Post.

Lester Brown, fundador e presidente do Instituto de Política da Terra, e Jonathan Lewis, especialista em clima e advogado da Clean Air Task Force (Força Tarefa Ar Limpo, em inglês) fizeram referência, no artigo, à "promessa fracassada do etanol".

"Pedimos ao Congresso que reconsidere os mandados de leis recentes que requerem o desvio de alimentos comestíveis para a produção de biocombustíveis", destacou o artigo. "Estes mandados tiveram a intenção de levar os Estados Unidos à independência energética e de diminuir a mudança climática global".

A administração do presidente americano, George W. Bush, apóia a legislação que estabelece metas para o uso crescente de combustíveis obtidos de cultivos como o milho, e empreendeu projetos com o Brasil e outros países para uma incorporação crescente de biocombustíveis.

Brown e Lewis lembraram que "a esperança do uso de alimentos comestíveis para o combustível de nossos veículos prometia uma estabilidade de preços para nossos fazendeiros, mais segurança nacional e a proteção do meio ambiente pelo uso de combustível mais limpo" do que os derivados de hidrocarbonetos.

– Porém, agora fica muito claro que os mandados de uso de cultivos para combustíveis conduzem a um crescente dano ambiental – acrescentaram.

– O processo de produção cria vários subprodutos tóxicos e este uso dos cultivos aumentou os preços dos produtos agrícolas.
Por outro lado, os mandados não reduzem nossa dependência do petróleo importado, afirmam os analistas.

– No ano passado, os EUA queimaram quase um quarto de seu estoque anual de milho como combustível, e isto trouxe uma redução de apenas 1% no consumo de petróleo no país.

AGÊNCIA EFE.

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