Explicação para os casos de aves mortas
No dia 31 de Dezembro de 2010, por volta das 23h30 na cidade de Beebe no Arkansas (EUA), na noite de passagem de ano, caíram milhares de pássaros do céu e o fenômeno repetiu-se dias depois nos estados do Kentucky e Louisiana e até na Suécia.
Os ornitólogos explicam que este tipo de acidentes mortais em bando são "comuns" e ocorrem em todas as partes do mundo devido a fenômenos naturais como o clima, ou por culpa do homem, que perturba os animais e os leva a situações de risco
No Arkansas, os cerca de 3000 pássaros mortos da espécie tordo-sargento colidiram contra os edifícios, carros e outras infra-estruturas por se terem assustado com os fogos de artifício do Ano Novo. Este tipo de pássaros não voa no escuro. Passam as noites em grupos de milhares em abrigos considerados seguros e não saem de lá a menos que sejam obrigados. Foi o fogo-de-artifício que os fez abandonar o seu refúgio, situado em árvores perto de Beebe. Para além disso, houve uma tempestade na área. A visibilidade era má e o vento forçou estas aves a voar a baixas altitudes. O resultado foi fatal: todo o bando de pássaros assustados colidiu com as casas.
Foi o que explicou a autoridade máxima ornitológica dos EUA, a Audubon Society, numa nota que registra o resultado da autópsia. Na verdade, os vizinhos de Beebe deram o alerta: "Nós ouvimos os fogos de artifício e um minuto depois as aves colidiram nas janelas", afirma um deles.
A explicação chega quando o assunto começou a gerar uma febre de avistamentos de pássaros mortos. Após o incidente no Arkansas foram relatados bandos mortos em Louisiana e até mesmo na Suécia. Alguns fóruns falam em teorias apocalípticas, mas os especialistas rejeitam-nas. Para estes especialistas, são casos isolados e com motivos explicáveis. O que acontece é que o sucesso da notícia do que aconteceu no Arkansas, que foi uma das histórias mais lidas no Dia de Ano Novo, levou à comunicação de outras aves mortas que noutras circunstâncias não se teria falado.
Os especialistas dizem que os bandos podem ser afetados por fenômenos naturais como uma tempestade, um congelamento ou uma tempestade de granizo. Para além disso, são comuns as mortes de colisão com infra-estruturas, tais como cabos ou edifícios de vidro que confundem os pássaros com os reflexos da luz. Os viajantes noturnos têm as luzes das estrelas e da lua como referência e é muito normal chocarem contra arranha-céus que tenham luzes no seu interior. Durante o dia, o reflexo do céu limpo leva a crer que não existe vidro.
Essas coisas acontecem, dizem os especialistas, mas geralmente não são notícia. Para os ornitólogos, o que está a acontecer é um relato na comunicação social de histórias semelhantes que já vêm a acontecer há muito tempo.
2 comentários:
Um dos vários indicadores da infantilidade espiritual da humanidade, são os fogos de artifício. É uma forma de comemoração tão primitiva e maléfica, que deveria ser proibida. Além dos riscos às pessoas, os prejuízos aos animais são impressionantes. O estresse (com morte), relatado para os pássaros, estende-se às demais espécies. Basta observar o comportamento de pânico dos cães. Trabalho com comportamento e bem
estar animal, e faço esta afirmação embasado cientificamente.
Parabéns por terem levantado esta questão. Continuem "batendo nesta tecla".
Edson Ramos de Siqueira
Caro Edson,
O assunto é mais sério do que a maioria das pessoas conseguem perceber. Na madrugada do último dia 25/12 perdemos um cão akita de apenas 9 anos vitimado por uma torção gástrica, que segundo o veterinário vou causada por estresse devido a exposição a fogos de artifício. Mesmo tendo deixado-o dentro de casa, não foi possível evitar tamanha fatalidade, em poucas horas o cão veio a óbito.
Lamentavelmente as prefeituras tem gasto verdadeiras fortunas em nome dessa INSANIDADE COLETIVA.
Abraços,
Michel.
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