terça-feira, 6 de outubro de 2009

Visão Budista da Preservação do Meio Ambiente


Morando no campo passei a ver como as coisas funcionam. De onde vem uma abobrinha, como ela se forma de uma imensa flor. Já distingo o canto de diferentes pássaros. Sei quando vai chover e quando vai fazer dia de sol, quando vai começar a ventar e de onde vem o vento.

E isso me faz pensar que a ignorância "de onde as coisas veem" é que faz com que as pessoas não se importem com as coisas, que desperdicem comida, água, energia, que cortem florestas inteiras, que destruam solo e rios.

Só passamos a fazer tudo isso em ritmo acelerado para satisfazer a necessidade crescente do "tudo pronto". É só ir ao supermercado ou ao uma loja de departamentos daquelas que tem de tudo para tudo o que vc. imaginar. Mas de onde vieram essas coisas todas. O que estou levando para casa? Conforto ou destruição. Isso tudo não é gratuito. Veio de anos de bombardeio com a propaganda para criar necessidades que não precisaríamos ter. Geramos mais lixo produzindo e consumindo coisas industrializadas que produziríamos se não houvessem essas coisas. Se esquivar dessas artimanhas requer atenção. Assim como retornar a uma vida mais simples, com conforto, mas reduzindo o consumo também requer mudar. Mudar hábitos e padrões de consumo. Mudar conceitos e concepções de como nascemos e para onde vamos quando deixamos nosso corpo sem vida.

A concepção predominante no Ocidente é de origem cristã, portanto, acredita-se que a vida após a morte continua muito longe daqui. Que nunca mais poremos os pés na terra outra vez. Acreditam apenas que devem preservar o mundo para seus descendentes, mas não tem noção de que eles também precisarão desse mundo.

A concepção budista é de que a vida não tem um começo nem um fim pré determinado. Podemos nascer inúmeras vezes nesse ou em outros mundos em várias formas. Portanto é bom preocupar-se em garantir que este mundo estará cada vez melhor já que terão que voltar aqui sabe-se lá quantas vezes.

Tenho arrepios só em pensar o nível de sofrimento que haverá no mundo nos próximos 50-100 anos.

Nossa casa por enquanto é esse planeta e seria melhor não destruí-lo pois não sabemos por quanto tempo iremos precisar dele. A visão budista de conservação está focada na preservação de um meio para onde possamos continuamente renascer e dar continuidade ao ciclo de evolução da consciência. O corpo é a forma orgânica e se desfaz, mas a mente não pode se evaporar enquanto não tiver chegado ao nível de vapor.

Postado no blog Bossa Zen por Jeane Dal Bo

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