Onde está o arvoredo? Desapareceu. Onde está a águia? Desapareceu. É o final da vida e o início da sobrevivência. [...]Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto." Chefe Seatle.
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Pela preservação da trilha Ratones-Costa da Lagoa
O nascer de um novo dia: Lagoa da Conceição vista da trilha ecológica, no alto do morro entre a Costa da Lagoa e Ratones. (Costa da Lagoa embaixo, Floresta do Rio Vermelho ao fundo, Ratones atrás.)
A trilha ecológica que liga os bairros de Ratones e Costa da Lagoa, e suas comunidades tradicionais, na Ilha de Santa Catarina (Florianópolis), está sendo ameaçada com a construção de uma estrada.
Essa trilha tradicional foi tombada (assegurada) como patrimônio histórico, e encontra-se em meio a uma área de preservação permanente (APP). Agora, com uma ação no Ministério Público Estadual, uma iniciativa privada quer reverter esse tombamento e transformar oficialmente a trilha em uma estrada.
Em meio a uma situação de especulação imobiliária e crescimento desordenado em Florianópolis, várias pessoas preocupadas com a manutenção desse ecossistema de Mata Atlântica, em particular representadas pelo Instituto Çarakura, e que antes já batalharam para o tombamento dessa trilha, agora buscam, em nome de um interesse coletivo maior, preservar as características dessa trilha, de acesso e passagem não-agressivos por esse recanto de natureza ainda preservado, tal como vem sendo usada por moradores tradicionais e amantes da natureza há décadas.
Como parte desse movimento coletivo, foi lançado um abaixo-assinado:
http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/4287
“A Costa da Lagoa ainda é um dos recantos da Ilha que encontram-se preservados. A construção de uma estrada na trilha do Ratones-Costa terá grande impacto sobre esse patrimônio histórico e ambiental. Vamos nos mobilizar para que isso não ocorra!” (Gláucia de Oliveira Assis)
“Nós conversamos com os moradores locais. Há gerações eles moram na localidade e nunca precisaram de uma estrada. Não há sequer espaço para abrir uma estrada lá. O acesso terrestre conta com belíssimas ruelas de pedra feitas pelos escravos. Todo o transporte é feito de barco, esta é a vida deles, sempre foi e sempre vai ser. Abrir uma estrada serviria apenas para encher os bolsos de uns e outros, acabar com a belíssima natureza local e trazer transtornos para uma localidade tão pacífica, onde as crianças brincam nas ruas tranquilas o dia inteiro, sem medo de serem atropeladas, os adultos pescam e os idosos confraternizam em seus jogos de dominó. Deixem esta comunidade em paz.” (Flávio Ribeiro Tubino)
“O Lugar é tombado pelo Patrimônio Histórico! É lindo, não precisa de estrada lá, é ecossistema de Floresta Atlântica, é APP, não mudem essa área!!!”
“Querem reverter o tombamento de um bem público para privatizá-lo? É o cúmulo do egoísmo e da ignorância! A Natureza tem que estar acima da mesquinharia e da especulação. Já chega de depredação. Viva a preservação!” (Ricardo Levi)
“É imperativo manter santuários como este. Não sei a quem interessa destruir mais este patrimônio. Com certeza é algo escuso e pessoal....” (Mario Tarli)
“Esta estrada é de interesse apenas de pessoas que instalaram residência em ponto acima do início original da trilha, em área onde não devia haver moradias - área de preservação permanente -, e que "construíram" a estrada até a altura de suas casas, para transporte de materiais de construção e afins, derrubando árvores e retirando pedras conforme a sua conveniência particular.” (Manfred Molz)
“As pessoas procuram lugares paradisíacos para visitar, e quando encontram, querem destruir o que faz deles paradisíacos. Por interesse, por ganância, estamos matando o que temos de melhor na Ilha. O que eles querem? Transformar Floripa em São Paulo?” (Rodrigo)
Leia e participe do abaixo-assinado: http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/4287
Mais informações:
Andréia & Ney (Sítio Çarakura - Ratones)
Instituto Çarakura (48) 3266 8527 siguraju@yahoo.com.br
“É o tempo da travessia, e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado para sempre à margem de nós mesmos.” (Fernando Pessoa)
Mahesh
Florianópolis - SC - Brasil
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